Todos sabemos que abrir um negócio é algo muito difícil e que exige empenho e bom planejamento. É importante também conhecer o seu nicho e o mercado onde você vai entrar, a fim de minimizar problemas, como a falta de recursos. É aí que surge o capital de giro. O nome pode parecer estranho, mas ele é essencial para manter o controle financeiro da empresa.
Além disso, todos esses cuidados são essenciais para que as empresas ofereçam um serviço de excelência com um diferencial em relação aos concorrentes. Dessa forma, as operações passam a funcionar de forma mais estruturada e com uma finança saudável.
Para entender como melhorar a gestão da sua empresa, sobretudo em relação aos recursos, continue a leitura do nosso artigo.
O que é o capital de giro e qual a sua importância?
No geral, o capital de giro é um “montante” que possibilita manter o seu negócio em dia com as contas mensais. Um dos principais objetivos desses recursos é cobrir despesas operacionais do dia a dia da empresa, como pagamento de funcionários, fornecedores, aluguel, tributos, contas de consumo de água, luz, telefone, reposição de estoque, entre muitos outros.
A importância do capital de giro está justamente no fato de que essas despesas costumam ser sempre constantes, enquanto o recebimento do dinheiro pelos produtos vendidos ou serviços prestados costuma ser inconstante e até muitas vezes, imprevisível e sazonal.
Por exemplo: a sua empresa pode oferecer um produto ou serviço com pagamento a prazo e, até que você receba de fato o valor total desse produto ou serviço, o capital de giro tem como finalidade arcar com todas as despesas.
Assim, esse recurso se torna essencial para que sua empresa possa oferecer meios de pagamento mais flexíveis e com maiores prazos. Caso o seu negócio não ofereça opções diversificadas de pagamento, provavelmente perderá clientes para os concorrentes.
Além disso, é importante ficar atento à sazonalidade do negócio, ou seja, há meses em que o faturamento é estável, mas há também períodos de baixa na venda de produtos e serviços. E quando essa baixa acontece, é importante contar com uma reserva financeira para evitar dívidas e desequilíbrio em caixa.
Essa é uma dica importante e válida para empresas de diferentes segmentos, inclusive correspondentes bancários de empréstimos consignados.
Como o capital de giro favorece o correspondente bancário?
Você pode se perguntar: mas se o capital de giro ajuda a manter o funcionamento diário da empresa, por que eu preciso me preocupar com ele ainda no momento de abrir meu negócio? Na verdade, a relevância desse recurso no momento da abertura de um negócio é tão significativa quanto ao longo de seu funcionamento.
Na prática, a realidade da maioria dos novos negócios enfrenta instabilidade por um determinado tempo, até que o fluxo financeiro se ajuste. Isso também ocorre com os correspondentes bancários, levando muitas dessas empresas à falência.
Esse risco está diretamente ligado à baixa liquidez do negócio e um alto custo de operação e investimento. Segundo o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), a liquidez é a capacidade de converter um ativo em dinheiro.
Para as pequenas empresas, esse termo diz mais a respeito à capacidade de pagamento para quitar suas dívidas e honrar com os seus compromissos financeiros.
Isso acontece porque no início do negócio a tendência é ter altos custos para estruturar, regularizar e adquirir insumos para o seu funcionamento. Com todos esses gastos, o lucro não é tão imediato, então, a liquidez fica muito comprometida.
A solução para não entrar para as estatísticas de baixa sobrevivência de novos negócios está em ter um planejamento financeiro exemplar.
Isso inclui estimar os custos de funcionamento de sua empresa e, com isso, descobrir qual o capital de giro necessário para começar. Veja abaixo como fazer essa estimativa.
Como calcular o capital de giro para o seu negócio
Há certo consenso de que o capital de giro deve ser de, no mínimo, seis vezes o valor das despesas mensais do negócio.
Em geral, estimar as despesas fixas não é tão complexo, uma vez que a maioria delas tem valor fixo ou pouco variável, mas é importante levar em conta que algumas delas podem oscilar e é preciso avaliar essa faixa de variação (como a conta de luz, água, telefone e internet, por exemplo).
Mas, para ser mais exato no cálculo do capital de giro, é importante conhecermos os conceitos de ativo circulante e passivo circulante.
Ativo circulante (AC)
É o recurso financeiro que sua empresa tem disponível em caixa, nos bancos, em aplicações financeiras (de alta liquidez ou liquidez imediata/diária) e em contas a receber em curto prazo.
Passivo circulante (PC)
É o valor das contas a pagar em um curto prazo, como salários, fornecedores, encargos, contas de consumo, entre outros.
Estimando os valores de ativo e passivo circulantes, é possível chegar ao valor do capital de giro líquido (CGL), ou seja, o valor que você de fato precisa garantir que todo mês esteja disponível como seu capital de giro. O cálculo é feito da seguinte maneira:
CGL = AC – PC
Para exemplificar, uma empresa cujo ativo circulante (AC) é de R$ 60 mil e o passivo circulante (PC) é de R$ 20 mil terá um CGL (capital de giro líquido) de R$ 40 mil. Um CGL positivo, ou seja, indicador de boa saúde financeira.
Agora, se empresa tiver os mesmos R$ 60 mil de ativo circulante (AC), mais um valor maior de passivo circulante (PC), de R$ 80 mil, seu CGL será negativo em R$ 20 mil, indicando um desequilíbrio financeiro que precisa ser resolvido o quanto antes.
Como o ativo e o passivo circulante podem variar muito, é essencial que o CGL seja acompanhado mensalmente e que, uma vez usado o seu capital de giro para cobrir seus custos operacionais, ele deve ser reposto o mais breve possível, para garantir uma boa saúde financeira ao seu negócio.
E ai, agora sabendo o que é e como calcular o Capital de Giro fica mais fácil ainda abrir um negócio lucrativo, certo? Acompanhe a gente e veja agora “5 ideias para conseguir capital de giro“.